Janeiro é o mês do meu aniversário. Este ano janeiro trouxe minha transição oficial para a terceira idade: os sessenta! Junto vieram outras datas marcantes, cinco anos da mastectomia, três anos morando no litoral de SP. E uma vontade enorme de começar um novo ciclo simplificando a vida.
No final do ano passado resolvi mudar para uma casa menor, e esse projeto já começa com um desafio enorme, reduzir drasticamente tudo o que andei colecionando ao longo da vida. Não sou uma acumuladora, tampouco uma pessoa que tenha dificuldade de desapegar. Mas há tanto ao meu redor que conta parte da minha história, objetos que trazem alegria, boas lembranças. Como escolher o que quero manter e levar junto daqui em diante?
Ando abrindo armários e gavetas e espalhando seu conteúdo para olhar, mexer e pensar. Sentir o quanto tudo aquilo tem (ou não) significado. Descobri que é uma tarefa divertida em alguns momentos, em outros percebo que parte do que olho não me representa mais. É também um reencontro com um eu que não me lembrava que ainda existia dentro de mim. Decidi me despedir daquilo que não faz mais sentido.
Ainda não sei bem para onde mudarei, o que levarei, e quando isso acontecerá. Por ora só sei que será para uma casa menor e que só levo o que passar por essa avaliação tão criteriosa. E o melhor de toda essa mudança, é sentir que ela é só um reflexo do que já estou vivendo internamente. Que venha um novo ano, uma nova década, e muita vida repleta de significado. Ando animada com a liberdade que só os anos me fizeram aprender a sentir.
A madeleine
No dia do meu aniversário tive o prazer enorme de receber um casal de amigos queridos para o café da manhã, que pegou a estrada embaixo de uma chuva torrencial para comemorar a data comigo. Um dos mimos que trouxeram foi um pacote de madeleines de amêndoa, deliciosas. O carinho desse gesto ficou impresso no gosto de cada pequena mordida.
Para quem não conhece esses mini bolinhos, ou talvez tenha imaginado qual seria ao ler Proust (Em busca do tempo perdido), compartilho uma receita bem simples e vegana. Como as forminhas em formato de concha não são fáceis de encontrar, a minha dica é usar as menores formas de bolinhos do tipo de muffin que encontrar, e só preencher o fundinho com um pouco de massa. As madeleines tem uma textura leve e não crescem muito. são quase o equivalente a um biscoito com massa de bolo.
Madeleine ou mini bolinho de amêndoa
Ingredientes
- ½ xic. óleo vegetal
- ¾ xic. farinha de arroz (usei farinha de arroz integral)
- ½ xic. farinha de amêndoa
- 1 xic. açúcar demerara
- ¾ xic. fécula de batata
- 2½ colh. (chá) fermento em pó
- 1 colher (chá) sal
- ½ colher (chá) goma xantana
- ¼ colher (chá) bicarbonato de sódio
- 6 colh. (sopa) purê de maçã (sem açúcar)
- 1 colher (chá) extrato de amêndoa (ou extrato de baunilha)
- ½ xic. água quente
Modo de fazer
- Aqueça o forno (180°C). Unte as forminhas ou forre com papel.
- Misture em uma tigela as farinhas, açúcar, fécula de batata, fermento em pó, sal, goma xantana e o bicarbonato.
- Junte o óleo, purê de maçã e o extrato de amêndoa (ou baunilha). Misture somente até ficar homogêneo. Acrescente a água aos poucos, mexendo até incorporar.
- Transfira para as forminhas, e bata contra a bancada da cozinha para tirar eventuais bolhas de ar.
- Leve ao forno por 15 a 20 minutos, ou até ficarem douradas. Retire do forno e espere alguns minutos antes de desenformar.
Estou amando suas receitas, encantada com tudo, busco por uma alimentação saudável viva com
Redução de carne, obrigada por compartilhar essa riqueza
Fico feliz que as receitas estão fazendo sucesso por aí! Seja bem vinda