Na minha infância as férias de verão eram sempre na praia. Talvez fosse a melhor forma de fazer aquele bando de crianças gastarem energia sem a escola. Minhas primeiras lembranças são de alguns verões em Bertioga, onde ficávamos em uma casinha de fundos alugada que tinha um quintal gramado e algumas bananeiras. Quem ficava durante todo aquele período cuidando da criançada eram minha mãe e minha tia. Enquanto meu pai e meu tio desciam a serra somente nos finais de semana.

A casa era minúscula e cheia de beliches. A melhor parte era a varanda. Nela tinha uma mesa comprida com bancos onde a gente, além de comer, jogava e desenhava depois da praia, ou nos dias de chuva. Lembro-me da cartolina pendurada em um canto da parede com a divisão de tarefas, onde cada um tinha sua cor para identificar como iria ajudar em cada dia da temporada. Não me recordo se funcionava, mas com certeza era motivo de muita queixa e barganha.

A ida para a praia logo cedo era um caos, com todos procurando seus maiôs no varal, bonés, baldinhos para brincar na areia enquanto as mães organizavam a fila do protetor solar.

Não faltava uma sacola com lanchinhos e aos finais de semana um isopor com uma cervejinha para os pais. Vendedor ambulante na faixa de areia não era nada comum naquela época. Mas, um carrinho de picolé passava todo dia. As opções não eram muitas. Chocolate era o preferido, porém, com o calor era enjoativo. Eu gostava mesmo era do picolé de uva que deixava a língua roxa e os lábios coloridos como se tivesse passado batom.

Como me lembro da minha mãe com seu maiô marinho bem anos 60, com aqueles recortes brancos nas laterais e saiote, entrando na água para nadar. Ela sempre gostou do mar e do calor. Eu ficava de longe, na areia, brincando. Sentia um misto de medo e admiração por sua coragem de ir tão longe e por nadar por tanto tempo.

Na volta da praia, o guarda-sol vinha aberto com aquele monte de crianças embaixo, como uma galinha e seus pintinhos. Bochechas vermelhas e reclamações de cansaço e fome. A fila para o banho, no único banheiro da casa, era por ordem de tamanho, começando pelos menores. Isso rendia uma gostosa batalha de mangueira no gramado, com quem estava esperando sua vez.

Conforme crescemos, meu pai resolveu que nossas férias pediam mais aventura e comprou uma barraca de camping. As viagens passaram a ter destinos diferentes e cada vez mais distantes. Mesmo assim, essa casinha de fundos na praia permaneceu como uma lembrança especial.

Salada de batata com maionese vegana

Uma receita muito comum nos almoços nas férias ou piqueniques, era a tradicional salada de batata com maionese. Em algumas ocasiões havia mais de uma tigela na mesa, para não haver risco de faltar. Alguns ingredientes variavam conforme a cozinheira, cada uma tinha o seu truque que acabava funcionando como uma marca registrada. Havia a salada de batata preferida pelas crianças (sem pedaços de cebola ou talvez com azeitonas) e as mais elaboradas, com sementes de mostarda ou até alcaparras.

Fico imensamente feliz quando encontro receitas alternativas, para elaborar algum molho, como a maionese feita com a polpa do coco verde. É incrível a variedade de receitas que faço com o coco verde. E enorme a quantidade de coco que passa todas as semanas pela minha cozinha!

Para a receita de salada de batata, escolha um mix de batatas, ou as que você tiver em casa. Usei batata inglesa e batata-doce. Os outros ingredientes da salada podem variar bastante. Minha sugestão é incluir grão-de-bico cozido ou salsão picadinho. Tempere com alho espremido, folhas de coentro, manjericão ou hortelã. Polvilhe com gergelim ou sementes de girassol. Assim a receita pode render inúmeras variações!

Inspirado em receita do livro “Diário de uma vegana“, um livro recheado de receitas fáceis e rápidas.

Salada de batata com maionese vegana

Ingredientes

Maionese

1 xícara de polpa de coco verde
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 colher (sopa) de vinagre de maçã
2 colheres (sopa) de suco de limão (usei limão-siciliano)
Sal

Salada

2 batatas inglesas com a casca
1 batata-doce grande com a casca
Grãos de mostarda (opcional)
1/2 cebola roxa cortada em tirinhas
2 colheres (sopa) de alcaparras
Salsa fresca picada, a gosto
Cebolinha verde picada, a gosto
Sal e pimenta-do-reino

Modo de fazer

Maionese

Bata todos os ingredientes no liquidificador até que fique homogêneo. Raspe as laterais do copo do liquidificador e volte a bater, se necessário.

Salada

Cozinhe (ou asse) as batatas e espere esfriar. Descasque e corte em cubos. Acrescente os outros ingredientes e envolva tudo com a maionese. Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto.